Em 1929, os
herdeiros de JOAQUIM MANOEL DE BARROS LIMA,
entre eles FELINTO DA SILVEIRA BARROS, juntamente com a comunidade, sentindo a necessidade
de uma religião reivindicaram a construção de uma capela no povoado, colocando
Nossa Senhora da Conceição como a Santa Padroeira. FELINTO DA SILVEIRA BARROS, sendo um dos herdeiros, administradores
da Fazenda (Olho d'Água do Borges), recebeu o convite do padre Francisco Scholz
do Convento do Lima, em Patu, para, juntos com os moradores edificarem uma
capela (lugar, onde hoje se encontra a nossa Igreja) em frente à casa da
Fazenda de Joaquim Manoel de Barros (que tinham ela como a casa de Deus - Casa
de Rezar, para a prática da religião católica, num salão ao lado. Casa esta,
onde o filho Felinto da Silveira Barros morava, e que eu já a conheci, sendo do
Sr. Júlio Fernandes da Costa) e criar também uma pequena feira - local do
antigo Mercado Público e Barracâo - para os moradores e circunvizinhos. Por
Felinto da Silveira Barros, ter participado ativamente no processo da fundação
de Olho d'Água do Borges; o trabalho dele ao trazer do Lima, em lombo de
cavalo, o padre Francisco Scholz, para em 20 DE SETEMBRO
DE 1929, celebrar a primeira missa
solene, campal, no local onde seria construída a capela de Nossa Senhora da
Conceição, e também inaugurar a primeira feira livre (onde hoje se encontra o
Centro Cultural - antigo Mercado Público) que se desenvolveu no barracão e
alpendres de palha, com os moradores e as comunidades vizinhas vendendo suas
miçangas; pelas apresentações culturais, imitando o mesmo, passando de geração
em geração; o fato da criação da sede do Município ter sido em terras da
propriedade de FELINTO DA SILVEIRA BARROS, vindo de herança do seu avô JOAQUIM MANOEL DE BARROS LIMA que as
comprou de Joaquim Borges da Siqueira, de meados do séc. XIX para meados da
década de sessenta (século XIX); com doação também da Santa Padroeira à capela;
é que se tem Felinto DA SILVEIRA BARROS
como um dos principais fundadores do Município comunidade requereu que fosse
feito um cacimbão na várzea (terreno de baixio) de propriedade do Sr. FELINTO
DA SILVEIRA BARROS, a fim de fornecer água à comunidade. Felinto já casado, com
filhos, resolveu ceder o local, e o povo da Vila em sistema de mutirão perfurou
o cacimbão.
"Na Vila Olho
d'Água do Borges, em 1941, a Prefeitura construiu, em excelente local que lhe
foi doado pelo Sr. Felinto da Silveira Barros, um cacimbão, com tampa
apropriada, que serve de fonte de abastecimento d'água à sua população."
(Anfilóquio Câmara, em seu livro Cenários Municipais). Na época então, a
Prefeitura de Patu.
FELINTO DA SILVEIRA BARROS – Trazia consigo a vocação espiritual com o poder da
cura. Todo ano, na noite de São João era devoção dele, passar à noite toda
rezando as pessoas. Na casa Grande do Sítio Nevoeiro era feita uma fogueira de
uns dois metros de altura, com capacidade para queimar à noite inteira.
Defronte a esta fogueira, em chamas, era colocada uma cadeira, pegando um pouco
o calor da fogueira. A pessoa que acreditava era curada ao sentar-se na cadeira
para receber a reza do Sr. Felinto que acompanhado de sua ESPOSA ISAURA EVARISTA DE BARROS colocavam uma pequena cruz de
madeira de uns 10 centímetros por 7 cm sobre a cabeça do suposto ou suposta
doente e, derramavam vagarosamente um copo de água bem fria, tirada da
“quartinha de barro”, ao mesmo tempo em que Felinto fazia as suas orações,
benzendo a pessoa; esta se tremia toda com a água “gelada”, ficava toda molhada
e deixava a roupa secar no corpo, mas não reclamava, porque ficava curada com o
passar dos dias. As doenças mais freqüentes que apareciam nos pacientes eram:
asma, bronquite, dores no corpo, espinhela caída e, feitiço (nas crianças).
A meninada toda
brincava no terreiro e ao redor da fogueira, inclusive eu; as moças, rapazes,
senhores e senhoras, tomavam-se por compadre; crianças eram tomadas como
afilhadas; durante a noite eram feitas várias rodadas de café, até janta
aparecia para determinadas pessoas. Chegavam Jipe (Jeep), rural e caminhão
carregados de pessoas de várias cidades, como de Rafael Godeiro, Patu, Umarizal,
Caraúbas, Almino Afonso, Lucrécia, Martins, Frutuoso Gomes, etc. Muitas
mandavam avisar pelas pessoas que iam no ano seguinte, que estavam curadas.
Felinto fazia tudo
isto sem exigir nenhum pagamento, era por pura vontade, alguns traziam alguma
lembrança para ele, mas este não exigia tais recompensas. Todas as pessoas que
recebiam a reza do casal, a partir daquele momento tornavam-se afilhadas dele.
Segundo DEDÉ GONZAGA (fato contado em sua casa, sentado em uma poltrona, em
junho/2006), uma vez ele (quando jovem) se encontrava em casa (Fazenda Bela
Flor) com o queixo muito “inchado” e doendo insuportavelmente. Estava havendo
uma grande festa (baile) na região e os pais dele não o deixavam ir a tal
evento, apesar do mesmo implorar muito. Então, coincidentemente Felinto chegou
à sua casa e viu aquela situação, chamou Dedé Gonzaga e colocou a mão por certo
tempo no queixo dele, fez umas orações, e disse ao Sr. Chico Gonzaga e esposa:
“Esse menino vai ficar bom e vai para a festa com seus irmãos”. Felinto seguiu
viagem e, ao voltar, perguntou sobre o garoto, este apareceu são e salvo, o
dente tinha explodido, foi pedaço para todo lado, o queixo desinflamado e, Dedé
finalmente foi à festa.
A PARTICIPAÇÃO NOS LIMITES DO MUNICÍPIO
Foi delineador das
fronteiras do Município, na época da Intendência. (FILHO, Petronilo Hemetério. História do Município de
Patu. P. 35, 2ª. ed. 2005).
MARIA HELENA DE PAIVA SOUZA DIAS